A Ana sacou de um bocado de papel para nos explicar como funciona o Serviço de Voluntariado Europeu (SVE), o programa Youth in Action e a Educação não Formal, com um permanente e entusiasmante fascínio à medida que nos contava como tinha desencantado e como tinha sido a sua experiência de voluntariado na Bulgária em 2012, onde participou na organização de um festival de jovens oriundos dos países dos Balcãs.
E foi assim que, no verso de um talão de levantamento bancário búlgaro, a Ana nos fez ver que há possibilidades e experiências que estão ao alcance de todos os jovens europeus, sem termos de gastar as exorbitâncias que implicam os programas de voluntariado exóticos na Ásia e em África, por mais maravilhosos que sejam.
Percebemos no imediato que era uma coisa que tínhamos de fazer, tal era o formigueiro na cadeira que íamos sentido em cada parte da conversa que tivemos durante mais de duas horas. Cedo percebemos também que toda a pesquisa de informação, escolha de programas, contactos e toda a logística teriam de ser fruto da nossa paciência, das nossas horas de estudo perdidas e dos nossos fins-de-semana. Não demorámos a perceber que, se fossemos aceites, férias no Algarve não existiram, Praia talvez só em Outubro e que assim que voltássemos, se fossemos, era para retomar os trabalhos, as teses, os estágios.
Não deixámos de imaginar a coisa a acontecer e decidimos arriscar. Começámos por procurar os programas na exaustiva e extenuante base de dados na Comissão Europeia (os links estão à direita) e enviámos mais de 500 emails para os 7 cantos da União Europeia, para instituições cujas actividades vão desde a agricultura à caridade social.
Os tempos seguiram-se e as respostas negativas foram mais do que muitas. É difícil porém explicar a alegria que sentimos por termos sido aceites para fazer um short term SVE na Eslováquia.
É tempo de um parêntesis de agradecimento à Rota Jovem e em especial à Ana Ferreira. Sem a sua ajuda seria impossível sequer sonhar em fazer este projecto. O seu profissionalismo e prática têm sido absolutamente essenciais.
Depois de vários meses sabemos que vamos ser acolhidos pela Obcianske zdruzenie Barlicka, uma instituição que recebe e trabalha directa, diária e profissionalmente com pessoas com deficiências. Vamos integrar um Summer Camp with disabled People juntamente com 6 voluntários de vários Países membros da UE.
A Francisca e eu temos como destino um País diferente do nosso, membro de uma União que reclama uma identidade diferente e mais forte do que a que resulta apenas da soma das partes. Enquanto jovens no fim da nossa formação académica, parte de uma geração sucessivamente condenada ao fracasso, temos consciência de que somos nós o Futuro do nosso País e da União Europeia, das suas instituições, das organizações, das empresas, dos centros de decisão, da Política, da Economia e da Sociedade Civil.
E este projecto é-o mais do que para nós. É por todos e para todos na defesa da justiça e do desenvolvimento.
Faltam 8 dias!