Estamos hoje a 5 dias de regressar a Portugal e a única coisa de que nos arrependemos foi de termos deixado o blog a ganhar pó. Acontece que (desculpas, desculpas, desculpas!) depois dos workcamps sobre os quais fomos escrevendo um bocadinho e depois de termos chegado da viagem pelos Países aqui à volta vimo-nos embrulhados no pós-férias na Barlička, coincidente com o início dos anos lectivos em quase todo o lado. Os horários a mudarem constantemente, as salas, os professores e os funcionários, obras e mudanças, as primeiras actividades, o que fazer, quando fazer...
Ainda com o grupo do segundo workcamp, depois do jogo do contrabando |
... a primeira semana foi caótica. Imaginem agora tudo o que, por norma, põe uma escola em alvoroço numa instituição com jovens que usam cadeiras de rodas, ou que simplesmente têm dificuldades motoras, adultos com, nalguns casos, profundos atrasos mentais, noutros apenas dificuldade de compreensão no que é dito e feito.

As nossas aulas de inglês
Nós fomos incumbidos de dar aulas de inglês, coisa que, na
verdade, nunca tinhamos feito em circunstância alguma. Recordámos as nossas
primeiras aulas na escola e lá fomos, aos poucos: primeiras frases, as cores,
os dias, os números... Tentando nunca esquecer que tinhamos, de imediato, dois
desafios enormes: estes jovens, apesar de já terem aprendido alguma coisa na
escola, não falam inglês no dia-a-dia e toda a atenção que nos pudessem
dispensar tinha de ser arrancada com jogos, teatros, músicas e pequenos filmes,
bolas de cores e caixas, enfim, tudo o que não implique muita escrita - vários
são os que não conseguem de todo escrever - ou muito tempo em esforço de
concentração.
Tem sido espectacular para nós perceber que,
independentemente de os nossos estudantes terem notórias
dificuldades e de falarem uma língua que nós estamos (bem) longe de perceber,
temos arranjado sempre maneira de nos entendermos. E isso, quase que apenas
isso, valia por si só esta experiência.
Para além das aulas participámos em tudo o que
eles fizessem, desde passeios a jogos de tabuleiro, colares, barro, pinturas,
origamis, teatros, bolos... A Barlička não é uma escola, mas antes uma
instituição de apoio que procura desenvolver as capacidades dos jovens e
dar-lhes um dia feliz, dia após dia. Tem sido com enorme satisfação que nos
temos percebido do esforço dos funcionários e
tutores e, em especial, das fisioterapeutas que, incansavelmente, os motivam
para esticar, mexer e andar, mesmo quando parece ser tão difícil.

Hoje de manhã a fazer scones

E essa satisfação deu-nos uma das mais importantes lições desde que aqui chegámos, a noção de adaptar toda uma vida, hábitos e percursos, alturas e distâncias, espaços e tempos a um forma completamente diferente de coexistir em grupo e de ser feliz. Uma vez mais, tal como nos tinha acontecido com os seniores, o receio tomou conta de nós no início, especialmente o receio de os magoar, de fazer alguma coisa mal, de não perceber ou ser percebido. Passadas umas semanas tudo mudou e hoje sentimos que seremos sempre mais sensíveis a todas estas diferenças.

Esta fotografia é do segundo workcamp, onde fizémos um posto da alfândega de Portugal.
Antes da apresentaÇão, para entrarem, tinham que carimbar os passaportes

A fazer colares e brincos com massa fimo
Antes da apresentaÇão, para entrarem, tinham que carimbar os passaportes
Ao mesmo tempo fomo-nos dividindo para fazermos as actividades com os seniores, no seu dia-a-dia bastante mais calmo, especialmente agora que os workcamps com a malta jovem acabaram. Os funcionários deste piso mais idoso são uns verdadeiros heróis na sua capacidade de dar a estes idosos um bom dia na esperança de outro dia.
Francisca e Pani Ana a pintar pinhas |
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Francisca e a Mónika |
OBRIGADA PELO VOSSO DIARIO...
ResponderEliminarSó posso dizer o que digo SEMPRE ....ORGULHO......MUITO
BEIJOS DE CARINHO e Também um ABRAÇO FORTE para todos os VOSSOS (Nossos) AMIGOS
TIA Nô