Chegados a Presov apanhámos um autocarro - demorámos a perceber que aqui o preço dos bilhetes varia consoante o tempo estimado da viagem - e procurámos a Barlička por entre prédios com muitas cores ou com cor nenhuma.
Lá encontrámos a nossa futura casa para os próximos dois meses, numa manhã muito quente, de malas e bagagens às costas e cansados como nunca. Percebemos que aqui era não pelas indicações que nos tinham dado no café da esquina onde se bebia cerveja e vodka pela manhã, mas porque avistámos cadeiras de rodas e alguns jovens à volta dos idosos.
A Barlička é uma instituição-lar com 15 anos, fundada por iniciativa de várias pessoas que perceberam a necessidade de existir, na zona urbana, uma associação deste género. Acontece que durante o período da ocupação soviética e do regime comunista as pessoas deficientes eram escondidas nos arredores das cidades e nos campos, daí a Barlička ser uma instituição tão importante no centro da cidade de Prešov.
É gerida pela Dra. Anna Kvocackova, médica, mãe de 4 filhos e que toca bastante bem acordeão, bem como pelo seu filho Lukas, de quem já falámos aqui.
A Francisca e eu fomos recebidos pela Janka, uma rapariga eslovaca fluente em Russo, Inglês e Alemão, bem assim como um pouco de Espanhol, que viaja pelo mundo inteiro e que aqui está desde Novembro. O Igor (Eslovaco) e a Olga (Ucraniana) foram os líderes do 1º workcamp e que se engane quem pensa que fazer voluntariado é algo que não exige regras, responsabilidade e trabalho de equipa: o Igor levantava-se todos os dias às 06:30 para ir comprar pão para os nossos pequenos-almoços e a Olga não parou um único minuto, sendo a primeira a dançar, a trazer algum dos seniores, a pintar, a cantar ou simplesmente a lavar a loiça.
Cedo percebemos que um dos principais objectivos deste projecto era fomentar a responsabilidade, o trabalho em equipa, a formação de lideres e cooperação entre pessoas que falam diferentes línguas e diferentes culturas e, até agora, essa tem sido a sua mais vincada vertente.
Da esquerda para a direita, de pé, a Ye Jin, nós e o Igor, nos energizers matinais para abrir a pestana e fazer fluir o sangue.
E talvez por isso o grupo contasse com a Ye Jin, a nossa Corean Princess, uma jovem que vive numa pequena cidade perto de Seul, que tem carta de veículos pesados e é cinturão negro de taekwondo. Com o seu inglês americanizado contou-nos imensas histórias e um pouco da realidade do seu País. Por ela ficámos a saber que os jovens coreanos têm cerca de 9 horas de aulas por dia e que um beijo entre um homem e uma mulher numa zona pública é censurado com videos no youtube e fotografias no facebook...que por sua vez é censurado pelo regime.
E talvez por isso o grupo contasse com a Ye Jin, a nossa Corean Princess, uma jovem que vive numa pequena cidade perto de Seul, que tem carta de veículos pesados e é cinturão negro de taekwondo. Com o seu inglês americanizado contou-nos imensas histórias e um pouco da realidade do seu País. Por ela ficámos a saber que os jovens coreanos têm cerca de 9 horas de aulas por dia e que um beijo entre um homem e uma mulher numa zona pública é censurado com videos no youtube e fotografias no facebook...que por sua vez é censurado pelo regime.
Dançar foi uma das melhores formas de entreter os Seniores e os manter acordados.
Do grupo fazia também parte a Sezin, uma miúda turca muito divertida e com sorriso ao estilo de cinema. Gostava de aparecer nas fotografias e tinha o maior dos prazeres em fazer café turco para todos. Com um inglês meio farrusco, lá nos íamos entendendo. É estudante de gestão e economia, dançava danças tradicionais do seu País e gostava de adivinhar o futuro nas borras do café.
A Francisca e a Sezin.
O último membro do grupo era a Espanhola Raquel, Estudante de línguas - talvez por isso conseguisse entender melhor o inglês do que o comum dos Espanhóis - e a mais nova do grupo, que não se escapou de cozinhar tortilhas para todos, durante longas e penosas horas, culpa dos rudimentares instrumentos que temos na cozinha e da quantidade de bocas sempre esfomiadas.
A visita ao Castelo Spis (para um futuro post, talvez...) e, da esquerda para a direita, Janka, Igor, Ye Jin, Olga, Afonso, Raquel, Francisca e Sezin, de joelhos o Masxim, Ucraniano, que esteve connosco apenas uns dias.
Francisca, Sezin, Olga, Afonso, Ye Jin e Raquel, durante a festa das culturas.
A Francisca e a Sezin.
O último membro do grupo era a Espanhola Raquel, Estudante de línguas - talvez por isso conseguisse entender melhor o inglês do que o comum dos Espanhóis - e a mais nova do grupo, que não se escapou de cozinhar tortilhas para todos, durante longas e penosas horas, culpa dos rudimentares instrumentos que temos na cozinha e da quantidade de bocas sempre esfomiadas.
A visita ao Castelo Spis (para um futuro post, talvez...) e, da esquerda para a direita, Janka, Igor, Ye Jin, Olga, Afonso, Raquel, Francisca e Sezin, de joelhos o Masxim, Ucraniano, que esteve connosco apenas uns dias.
Recordaremos sempre com imensas saudades este grupo. Quando chegámos estava a começar a sua segunda semana e foi já na passada sexta-feira que se foram embora. Com eles organizámos e trabalhámos dia e noite para que tudo corresse da melhor forma possível aos nossos olhos e nos olhos, mente e sentidos dos nossos Seniores que, apesar da sua já avançada idade, se tornam pessoas bastante diferentes quando divertidas, animadas e motivadas para mais um dia.
Conseguimos entender-nos, ora por intuição ora vezes por palavras, desenhos, muitas tentativas e longas conversas. Somos de culturas diferentes mas fomos capazes, e esse é o espírito que abraça esta instituição, sobre a qual ainda muito temos e teremos para escrever.
Vamos ainda escrever sobre tudo o que fizemos e, agora que está a começar o segundo Workcamp, também sobre tudo o que está para vir. Acordamos às 7 e deitamos à meia-noite e nem assim o tempo chega! Vamos fazer por isso ;)
Bom dia meus Queridos
ResponderEliminarQuando era mais nova tinha um diário (como quase todas as pessoas).
Agora leio o vosso com as lagrimas nos olhos com o coraçao a latejar mas com muito ORGULHO.
Comntinuem a dar noticias para nos dar Força para estar neste Mundo.
Adoro-vos
Bjs de Carinho saudades
Tia Nõ